WhatsApp: Fake News podem atrapalhar investigações policiais

A disseminação de Fake News tem impactado investigações policiais e atendimento a ocorrências – segundo pesquisa, tem ocorrido mais erros do que acertos, causando demora e confusão durante as operações. Entenda melhor!

WhatsApp, Fake News e o Caso Lázaro

Com certeza você já se deparou com alguma notícia que julgou duvidosa ou mesmo falsa em algum grupo ou chat privado no WhatsApp.

A questão é que as Fake News, criadas sob um momento de incertezas e com um forte apelo emocional, podem distorcer a realidade e muitas vezes confundir quem se depara com esse tipo de informação.

Por ser mais rápido e fácil de usar,essas notícias, que se espalham muito mais rápido através do WhatsApp, podem acabar se tornando denúncias anônimas feitas como se fossem reais – a consequência é óbvia: acabam atrapalhando operações militares e de segurança pública.

Em junho, o Brasil pôde acompanhar de perto as investigações policiais que contaram com mais de 200 homens e chegaram a ocorreram por cerca de 20 dias em busca do serial killer Lázaro Barbosa. O acusado se tornou o homem mais procurado de Goiás e do Distrito Federal após assassinar uma família inteira em uma cidade próxima a Brasília.

Um dos e talvez o principal motivo pela lentidão e confusão das forças tarefas foi a iminência de fake News, perfis fakes e denúncias anônimas propagadas pelo WhatsApp, Facebook e ligações para as unidades de polícia responsáveis pelo caso.

Segundo o próprio secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, as Fake News tiveram sim impacto sobre as investigações, já que sempre era necessário checar, reavaliar e alertar unidades próximas para realizar o cerco ao indivíduo, que muitas vezes não estava de fato no local. Segundo Miranda, “Às vezes era preciso deixar de atender mais rapidamente uma informação procedente, para atender uma outra que não tinha relevância”

Entre as Fake News mais disseminadas no WhatsApp, tivemos disputa política, disputa de ego, magia negra e ocultismo. No WhatsApp, circulou a notícia de que Lázaro era próximo a Lula (Ex-presidente do Brasil), que tinha envolvimento com magia negra e satanismo.

Em um dos vídeos que rodaram durante as semanas das perseguições, tínhamos a imagem de um helicóptero capturando um sujeito no meio das matas, fato que ocorreu em Manaus com um suspeito de roubo de telefones – ou seja, não havia nenhuma correlação com Lázaro e a busca pelo serial killer.

O perigo das Fake News no WhatsApp

É aí que mora o perigo: a medida em que as Fake News possuem capacidade e vão tomando forma de algo real, o medo se espalha na população e as forças utilizadas para a captura do suspeito se tornam obsoletas.

Além das denúncias anônimas e das Fake News, também foi possível notar um relativo aumento de perfis falsos nas redes sociais com o nome e fotos do foragido, onde eram postadas fotos com supostas localizações onde Lázaro estaria.

O WhatsApp afirmou em seu Blog não ter nenhuma relação com os ocorridos, apesar de recriminar qualquer ação ou notícia que circule por suas redes e causem distorção da realidade ou que atingem entidades federais.

O direito penal julga como crime a incidência das Fake News, caracterizadas no art. 41 da Lei de Contravenção Penal. Durante a operação, se for confirmado um falso relato, a pessoa deixa de ser testemunha e se torna acusada.